sábado, 6 de setembro de 2008

Saudade dos Trapalhões...



Qual não foi o meu grau de espanto ao ver um domingo desses Didi novamente junto com seu alter-ego Dedé, ali se passou, como num flashback oitentista sem fissuras, um filme nostálgico e saudosista na minha cabeça. Na infância de todos nós (quem tem na base duns 20 e poucos anos) , sempre esperávamos o domingo na maior expectativa de escutarmos aquele hino da alegria e do bom humor: "ta-nã-nã-nã-nã-nããããããããã-nã,ta-nã-nã-nã-nã-nããããããããã-nã...", a música tema da abertura do programa era (e ainda é) motivo de risadagem geral entre os amantes da boa comédia.


Trago na lembrança também, quando cada trapalhão se vestia de um herói, num dos últimos quadros, Didi era o Batman, Zacarias era o Robin, Dedé era o Super-Homem, e Mussum o Fantasma, e cantavam músicas como: "Super-Homem cascateiro / Só faz força no banheiro" ou "Homem-aranha, Homem-aranha /nunca bate só apanha". A audiência era tamanha que as empresas detentoras dos direitos dos personagens pediram para que o grupo não cantasse mais as músicas, que estavam enfraquecendo a imagem dos heróis.


Recordo-me também de um personagem vivido por Renato Aragão, de nome Aparício; era um pobretão que nunca falava. Ao entrar em seu barraco, via móveis novos, cortinas, tudo novo. Aí se ouvia a voz de um narrador (juro ateh hoje que é a consciência do coitado): "Olha, sua mulher mudou todos os móveis, como é que você vai pagar tudo isso?" De raiva, o infeliz quebrava tudo! Aí aparecia um casal assustado. E a voz: "Ih, rapaz, que mancada, você entrou na casa do vizinho..." Pobre Aparício.


Outro quadro marcante era o de Ananias. O anão tinha "canxa" de gigante, sempre aparecia com um emprego de "gente grande", como jogador de basquete. E ai de quem falasse mal de sua baixa estatura, ele rodava a baiana mesmo, ficava p da vida... fazia movimento a la bruce lee e etc. Mas o melhor era aquele vai e volta, pra frente e pra trás do anão, hahaha, aquilo sim era o engraçado, ele dava um saltinhos nervosos e tal.


Li recentemente em alguma revista, que os mais de 40 filmes dos trapalhões vão ser relançados em DVD. Eles nunca ganharam Palma, nem Urso de Ouro, não foram indicados ao Oscar, mas e daí? O tempo passa, o quarteto foi desfeito, mas os filmes dos trapalhões ainda dominam a lista das maiores bilheterias do cinema nacional! Até onde eu sei, são 7 títulos entre os 10 filmes nacionais mais assistidos de todos os tempos e 20 entre os 50 mais vistos.


Um sentimento nostálgico invadiu o post desse blogueiro, confesso. Mas não podia ser diferente ao pensar que nossa infância foi bem mais vivida e bem mais feliz. Hei de agradecer em boa parte a estes adoráveis trapalhões...UIIIII DJIIII DJIIIIII


P.S.: De brinde, posto juntamente com o texto um mini-dicionário trapa:


Ai que meda = Ai que medo
Arame, bufunfa, capim, feijão = Dinheiro
Arô = Alô
Audácia da pirombeta = Pessoa arrogante
Bicho bom = mulher bonita
Cacildis = Expressão de espanto
Camufla = esconde que eh gay (ex:"Elvis camufla muito bem...")
Cascavilhar = Remexer
Creuza = Rapaz alegre
Cuma? = Como?
Dia sumanal = qualquer dia da semana
Entãoces = Então
Forévis = para o inesquecível Mussum, a nossa parte traseira
Mé = a bebida preferida do Mussum
Ô da poltrona = telespectador
Ô psit = usado para chamar alguém
Poupança = Bunda, segundo Didi
Rapaz alegre = homem de masculinidade duvidosa (ex:"Todos são unânimes em afirmar,Elvis eh um rapaz alegre...")
Tesouro = O mesmo que bicho bom

2 comentários:

ana laura diniz disse...

oi, prazer, sou a ana. por acaso, sabe me dizer qual é o nome daquele personagem do didi que usava uns bobes enooormes, passava roupas naquele ferro de brasa e atendia o telefone dizendo "arô"? abraços

Roberto Eduardo(Beto) disse...

Olá Ana,o prazer é nosso,o nome daquele personagem é Severina, segundo Renato Aragão: "ela era a faxineira dos poderosos, a voz do povo. Ela ligava para a comadre e comentava as fofocas do poder. Metia o pau no salário mínimo, na corrupção, mas de forma engraçada."

Eu me lembro dela sentada na cadeira, a saia deixando a perna cabeluda à mostra, com bob´s e aque cara que só ela sabia fazer.

abraço!