Em nossa tenra infância, quando a professora nos coloca ao lado de uma menina, logo reclamamos: "Não sou menina! Não quero ficar aqui". Se é uma menina vai dizer: "Aqui, não! Menino é muito chato".
Anos mais tarde, já adolescentes, saímos pra paquerar em turma, música alta no carro, cervejas na mão, gargalhadas iradas, conversas no mIRC (sou desse tempo), comentários sobre o mulheril que passa... Já as meninas se vestem para as amigas, trocam segredos, confabulam sobre cada resposta a dar ao namorado. Uma vez adultos, o casal se tranca no quarto, longe dos olhos alheios. E, velhos, vão rir gaiatos de suas memórias.
Em todos os tempos, da criança ao velho, o encontro entre um homem e uma mulher - o amor - é vivido fora do mundo. Há uma vergonha em todo amor, uma quebra na harmonia do conjunto. Amantes são cúmplices que fazem os outros se sentirem excluídos. As relações entre os que se amam seguem regras próprias (regulamentos internos mais complicados que o da série C) que atemorizam os que estão à volta. Não é possível pedir segredo a uma parte do casal; inevitavelmente, o outro ficará sabendo.
A sociedade no geral, reage ao amor, às expressões amorosas, banindo-o do seu bojo, como fazem as empresas. Como não dá para mandar todos embora, expulsa-se o amor, considerando-o ridículo. Sim, o amor, aquela diferença (sutil para muitos) que a comunidade não suporta, acaba sendo tachado de ridículo, a ponto de surgirem expressões quando se descobre alguém amando, do gênero: "Eita bichão, tas fudido!!!", ou "Vixiiiii, é um mané mermu, esse caminho é sem volta amigão!", evidenciando assim a tentativa de ridicularizar ou culpar quem ama. Ficar apaixonado então, pode ser visto como uma fraqueza, daí se dizer: "Estou arreado os 4 pneus por ela". Por que "arreado"? Por que não elevado?
É preciso tolerar o ridículo do amor se você mesmo não quiser ser rídiculo. No fundo, no fundo, o amante tímido, o namorado contido é que são ridículos. Fugir do ridículo do amor pode transformá-lo em rídiculo também!
Fernando Pessoa, sob o nome de Álvaro de Campos, assim escreveu:
Todas as cartas de amor são
Rídiculas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Rídiculas.
(...)
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Rídiculas.
p.s1- O autor desse post não está sofrendo por amor no momento, isso seria rídiculo! kkk!
p.s2- Nunca diga: dessa água não beberei.
8 comentários:
engraçado, tava comentando isso com um amigo ontem mesmo... outro amigo nosso atendeu o telefone dizendo: "oi, meu bem" e eu disse: ah, meu Deus... soh quem ta vivendo isso eh q acha massa, a gente de fora acha uma leseira huehuehueh
Amor? Desconheço! :P
Elvis,bom comentário!
Mago,deixe de ser fanfarrão,soh quer ser o coração gelado!hahaha
Chega me assustei,quando li o título, porque, definitivamente o amor não é ridículo... o amor é capaz de nos transformar no melhor de nós, pena que, muitas vezes, as pessoas banalizam esse sentimento e fazem dele um mero coadjuvante e, às vezes, um vilão,quando na realidade, o amor é sempre o "mocinho" da nossa história...ridículas são as pessoas que amam sem amar, que brincam de amar... O rídiculo não está no amor e sim nas pessoas que não sabem o que ele significa!E o sofrimento não pertence ao amor...é culpa das pessoas que são incapazes de valorizar o que realmente tem valor na vida! Não sejam "ridículos": amem!!!!!
Bjooooo
Elvis, só kem comenta no blog são os autores é ???
kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Tow axando bakana o blog, com assuntos bem diversificados, a principio tá sendo minha ultima opção, quando naum tenho mais nada pra ver ou fazer na net, ai lembro do blog e entro. :P
abraao, nao me recordo do teu nome na lista de autores :PP
valeu pelas visitas... antes ser a ultima opçao doq nem ser neh :D
Pronto, então aqui vai um comentário que não é dos autores!
hehhehehehe
Beto, primeiro confesso que fiquei muito espantada ao ver que um texto lindo desse sair de um homem...
Mas adorei ver, isso mostra que ainda existem alguns homens com essa 'coragem' de assumir um sentimento tão puro e necessário a todos.
Adorei o texto, e admiro a sua iniciativa em relação ao assunto que foi abordado!
Beijos
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