sábado, 1 de novembro de 2008

A Tonga da Mironga do Kabuletê...

Eis que o poeta enlouquece e do devaneio faz-se a canção. Já diria aquela criatura efêmera de Brejo do Cruz, José Ramalho Neto, “Há meros devaneios tolos a me torturar”. [Aliás, se alguma alma lúcida conseguir traduzir a música “Chão de Giz”, eu prometo que a jogo num pano de guardar confetes]. Mas enfim, entender pra quê? Se até Claudinho e Bochecha já controlam o calendário sem utilizar as mãos.

Musicalidade é assim. O compositor viaja, o escutador “reviaja”, uns não entendem, outros acham que entendem e mais alguns têm certeza que entendem [e ainda ousam explicar, oh céus!]. Eu sou daqueles que procuro sentido em tudo. Já tentei em todos os meus diferentes estados etílicos, interpretar o que aquele alagoano do cabelo engraçado quis dizer com: “Açaí, guardiã, zum de besouro, um imã, branca é a tez da manhã” [Uma açaí fêmea, guardiã dos besouros, quando escuta um zumbido, é magneticamente atraída para que branca seja a pela da manhã! É fantástico!]. Mas claro, se é Djavan então não deve ser algo menos genial de que Zeca Baleiro e sua “Vida vida, noves fora, zero!”.

Porém, como eu sou cabra da peste [apesar de colher as batatas da terra], não desistirei jamais de buscar explicações para este mundo paralelo [Quiçá, uma dia, a fúria desse front virá]. Continuarei viajando nesse Brasil brasileiro do pleonasmo [aprendi as figuras de linguagem, ein Elvis!? Hehe!], tentando entender porque Ary Barroso tinha um coqueiro que dava coco e porque o negão queria pegar a nega do cabelo duro pra passar batom de cor violeta [Na boca e na bochecha! Pega ela aíííííííi....].

Enfim, neste confuso lar de idéias ininteligíveis, me despeço da sala [sem ela, tem janela, inclina em cerca de atenção] e peço que todos vocês se inquietem na página de comentários. Afinal, como diria Vinícius de Morais:

“Você que ouve e não fala
Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala
Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê
A tonga da mironga do kabuletê”


[No mais... estou indo embora, Baby, Baby... ;)]

19 comentários:

Roberto Eduardo(Beto) disse...

"Freud explica(sempre ele!)..."

Elvis Guimarães disse...

as vezes eu acho q eh algo como piadas internas... as musicas fazem sentido para o compositor e para um grupo seleto de amigos, ou talvez para uma pessoa homenageada... pode ser que seja tudo um grande enigma e que só quem tem as chaves para desvendá-lo seja pessoas próximas do compositor...

eh peso...

eu ja tive uma teoria de q djavan pegava palavras avulsas no dicionário e saía juntando até fazer uma música... :P

Vinicius Nóbrega disse...

bom mesmo eram os escravos de Jó.
que jogavam caxangá
Tira, bota, deixa o Zé Pereira ficar
pois, Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za

Sueuda disse...

Ufaaaaa!
Devo admitir que adorei a postagem Igor, principalmente porque me sentia incompreendida nessas viagens (que alivia a tensão). :P
Eu penso que a música sempre vai ganhar o sentido de quem a escuta. Os seus desejos, as suas motivações... tudo irá favorecer ou distorcer. Poderíamos descobrir inúmeros significados pra mesma música, pois cada pessoa pode trazer o que sabe e o que sente sobre cada letra.
Essa é a grande beleza da música e o grande motivo de ela ser a fonte de energia de muitos. Mesmo que a princípio ela pareça ser sem sentido.

:D

Andreza Veiga disse...

Falando em interpretações errôneas sempre lembro de Eva, música da banda Rádio Táxi, imortalizada na voz de Ivete Sangalo.
A música trata de uma suposta Terceira Guerra Mundial, onde uma hecatombe foi causada por explosões nucleares. Usando a metáfora da Arca de Noé, eles dizem que só um casal sobreviveu e, assim como Adão e Eva, vagaram só os dois pelo mundo.
Entretanto, diferentemente de Adão e Eva, eles não estavam em nenhum Paraíso, pois a Terra foi destruída e nem o sol deu mais as caras.
No contexto da Guerra Fria, no qual a música foi criada, ela retratava uma triste porém possível realidade.
Para hodiernos casais micareteiros...

- Essa música é linda demais! Eles se amam tanto que se isolam do mundo!
- É, amor! É a nossa cara!

Andreza Veiga disse...

P.S.1: É, sou viciada em interpretação de letras de músicas.

P.S.2: Vinícius é minha paixão, mas ninguém supera Zé Ramalho nas metáforas.

:D

Elvis Guimarães disse...

Prazer, hecatombe! Se eu souber oq eh isso eu mudo meu nome :P

hodierno seria = dos dias de hoje? ou "atual"... vindo do "hodie" que eh "hoje" em latim?

Obrigado por me arrumar mais 2 palavras para meu vernáculo pessoal.

Vinicius Nóbrega disse...

Vinicius é realmente apaixonante

Andreza Veiga disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkk
De nada, Elvis. Precisando trazer mais prolixidade e/ou palavras decrépitas aos seus textos, estou às ordens :P

Ah, hecatombe é uma carnificina. Quanto a hodierno, você acertou :D

Português é uma língua muito linda, né? heuehueh

Ígor Mago disse...

Andrezza...

Tenho certeza que aquela música na verdade é MINHA PEQUENA ERRRRVAAAA! hehehe!

O autor apenas fez uso de palavras pseudo-homofonas para fazer todo mundo cantar uma interpretacao "diferente"! ;P

Unknown disse...

nao foi comentado no texto, mas outro grupo que não cansa de fazer letras que são pra viajar é Engenheiros do Havaí. E se formos olhar as histórias que surgem das musicas, você começa a encaixar e entender algumas.. ou pensar outras possibilidades para aquelas letras. No orkut tem várias comunidades do tipo "Analisando Letras - Fulano de Tal", onde o pessoal troca ideias e vao surgindo possibilidades para o que o compositor quis dizer.. é muito bom viajar na musica.. abracos..

Andreza Veiga disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ótima teoria, Igor!
E, pelo jeito, ainda usa um eufemismozinho no tamanho da parada,né? :x


:D

Unknown disse...

"CAVALO MANCO, AGORA, EU VOU TE ENSINAR..."

Ígor Mago disse...

Hugo...
Engenheiros do Hawaii tem muitas músicas viajadas, mas tb tem uma musicalidade foda! Cada um escuta as músicas e interpreta da forma que acha conveniente!

Na verdade, esse post é apenas uma brincadeira! Eu que sou metido a compositor, sei que muitas vezes escrevemos mais para nós mesmo, dq para um público alvo, como o próprio Élvis falou no começo dos comentários.

Resta ao público, buscar suas mensagens e verdades nessas letras que muitas vezes não dizem NADA e ao mesmo tempo falam MUITA coisa! :)

Phipa...
Cavalo Manco a gente toma meio litro de red e encontra o sentido FACIM FACIM! hehehehe! =P

Unknown disse...

Mago, como fica o cara tomando cavalo branco escutando cavalo manco?

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Andreza Veiga disse...

Depois de meio litro de red ninguém quer mais nem saber se tem sentido, Igor =x

Renata disse...

Olá,

Você sabe que adoro música e adoro interpretá-las, ou tentar. Vi uma matéria uma vez que dizia que Djavan as vezes colocava palavras sem sentido mais para que a palavra encaixasse na melodia, ficasse sonoro, então não tente entendê-lo sempre.

Cada música pode ter várias interpretações, tem a do compositor e tem a de cada pessoa que escuta e associa com algo que vive ou viveu, já dizia o crítico musical Gilberto de Carvalho: "Um Artista é tanto mais rico quanto forem cabíveis leituras em sua obra
"

Bjos

Renata

Manoela Lemos disse...

que blog fantástico!

muito boa a idéia de vcs!

=)

bjos


Manu.