O Brasil nunca fundou sua educação. Fundou uma nova capital, uma indústria potente a partir das exportações agrícolas, hidrelétricas, modernos aeroportos, mas não fundou um sistema educacional que servisse de base para a construção do futuro do país. O resultado dessa omissão é que, em 1970, éramos o mais promissor dos países em desenvolvimento. Coréia do Sul, Cingapura ou Malásia fundaram seus sistemas educacionais e se distanciaram (anos-luz). Outros que tinham situação parecida com a do Brasil - Irlanda, Espanha e Portugal - investiram em educação e se tornaram parte do primeiro mundo. Hoje, México e Turquia já começaram a nos superar (considero o Chile como sendo de primeiro mundo).
Isso porque continuamos adiando, apostando errado. No lugar de fundar um sistema educacional potente que, em 20 anos, nos ponha outra vez como país promissor, continuamos relegando a educação a apenas evoluir lentamente. No que se refere ao sentimento político, nossa posição em relação à educação continua no século 19, quando o século 21 exige uma postura radicalmente contrária.
Continuamos inaugurando escolas, como fazia D.Pedro II, aumentando lentamente o número de crianças no colégio. Transferimos para o setor privado a função de melhorar a escola, que, nesse caso, é paga, em parte com recursos federais, enquanto mantemos os filhos do povo, os que vão construir o futuro também, em escolas sem qualidade e desiguais, conforme a riqueza da cidade e o gosto do prefeito.
Para dar uma impressão de movimento, o governo faz publicidade acerca de uma reforma universitária superficial e incompleta. Incompleta porque não há boa universidade em um país que joga fora o potencial intelectual de dois terços dos seus jovens que não terminaram o ensino médio. Dos que terminam e passam no vestibular, boa parte entra sem o preparo necessário. Sem um ensino de base competente e para todas as crianças, o ensino superior brasileiro continuará incompleto e incompetente. Os países que fizeram uma boa universidade não têm pessoas mais geniais do que o Brasil, apenas têm um número maior de pessoas bem formadas, entre as quais escolher os seus gênios. Não é uma questão de QI superior, longe disso, é uma questão de probabilidade. Sou partidário do ex-ministro Cristovam Buarque, que defende que a reforma da universidade deveria começar pela Fundação da Educação Básica, universal e com qualidade.
Começar a reforma pela universidade é um gesto duvidoso de moral política porque se começa a reformar não apenas pelo topo da pirâmide social. É uma mensagem de opção pela manutenção da exclusão, compete ao Congresso optar pela criação de um sistema educacional competente, do ensino fundamental, a partir dos quatro anos, até o ensino superior, formando assim um cidadão e profissional qualificado, e acima de tudo, preparado para o futuro.
P.S.: Os leitores perdoem nosso "sumiço", por motivos que fogem do controle não estávamos atualizando assiduamente. Os posts serão mais constantes, prometo.
P.S. 2: Não quis entrar no terrenos da cotas por achá-lo pantanoso demais.
P.S. 3- E pensar que Cristovam Buarque foi demitido por telefone. Quanta falta de Educação...
Isso porque continuamos adiando, apostando errado. No lugar de fundar um sistema educacional potente que, em 20 anos, nos ponha outra vez como país promissor, continuamos relegando a educação a apenas evoluir lentamente. No que se refere ao sentimento político, nossa posição em relação à educação continua no século 19, quando o século 21 exige uma postura radicalmente contrária.
Continuamos inaugurando escolas, como fazia D.Pedro II, aumentando lentamente o número de crianças no colégio. Transferimos para o setor privado a função de melhorar a escola, que, nesse caso, é paga, em parte com recursos federais, enquanto mantemos os filhos do povo, os que vão construir o futuro também, em escolas sem qualidade e desiguais, conforme a riqueza da cidade e o gosto do prefeito.
Para dar uma impressão de movimento, o governo faz publicidade acerca de uma reforma universitária superficial e incompleta. Incompleta porque não há boa universidade em um país que joga fora o potencial intelectual de dois terços dos seus jovens que não terminaram o ensino médio. Dos que terminam e passam no vestibular, boa parte entra sem o preparo necessário. Sem um ensino de base competente e para todas as crianças, o ensino superior brasileiro continuará incompleto e incompetente. Os países que fizeram uma boa universidade não têm pessoas mais geniais do que o Brasil, apenas têm um número maior de pessoas bem formadas, entre as quais escolher os seus gênios. Não é uma questão de QI superior, longe disso, é uma questão de probabilidade. Sou partidário do ex-ministro Cristovam Buarque, que defende que a reforma da universidade deveria começar pela Fundação da Educação Básica, universal e com qualidade.
Começar a reforma pela universidade é um gesto duvidoso de moral política porque se começa a reformar não apenas pelo topo da pirâmide social. É uma mensagem de opção pela manutenção da exclusão, compete ao Congresso optar pela criação de um sistema educacional competente, do ensino fundamental, a partir dos quatro anos, até o ensino superior, formando assim um cidadão e profissional qualificado, e acima de tudo, preparado para o futuro.
P.S.: Os leitores perdoem nosso "sumiço", por motivos que fogem do controle não estávamos atualizando assiduamente. Os posts serão mais constantes, prometo.
P.S. 2: Não quis entrar no terrenos da cotas por achá-lo pantanoso demais.
P.S. 3- E pensar que Cristovam Buarque foi demitido por telefone. Quanta falta de Educação...
9 comentários:
A melhor solução para a educação seria realmente melhorá-la desde a base, a antiga "Alfabetização", atual 1º ano. Desta forma, teríamos estudantes aptos às Universidades tanto em relação ao regime destas quanto ao nível do estudo. Seria um investimento em longo prazo, fato. Porém não seriam jogados cada vez mais alunos inaptos nas faculdades e nem profissionais não qualificados no mercado de trabalho.
Não queria falar nas cotas também, já que é um assunto tão polêmico, mas uma observação sobre é necessária: da maneira como acontece nos dias atuais, com o sistema de cotas aumentando sua abrangência a cada ano (até 2010 serão 50% das vagas reservadas para as cotas de inclusão), não raro se vê alunos nas faculdades sendo discriminados pelos próprios colegas de curso.
como futura atuante na área de educação, e como vítima de um ensino incipiente deve concordar com o q foi dito!
vale salientar q é possível perceber mta boa vontade por parte de alguns docentes da área pedagógica das universidades, mas toda essa "empolgação" com novos métodos e técnicas e dinâmicas expostos para os futuros professores tende a sumir qnd os mesmos se deparam com salas de aula q ñ atendem às necessidades daqueles q as vao utilizar. seja por descaso ou por falta de recursos (ou os dois!).
o q se tem é uma série de políticas assistencialistas e imediatistas nos mais diversos setores, e com a educação, ñ foi, não é, e dificilmente ñ será diferente!
Acho que a grande revolução da educação passa pelo ensino técnico.
A escola técnica é essencial nos países desenvolvidos. Esta sim, prepara para o mercado de trabalho e indústrias.
Nada contra as ciências humanas e sociais, mas não dá pra imaginar nossas indústrias se modernizando e recebendo novas tecnologias para ser operadas por geógrafos, advogados e historiadores.
Outro ponto a falar é sobre a disseminação das universidades privadas. Muitos criticam que hoje tem uma falcudade em cada esquina.
É triste lembrar, mas antes dessa disseminação de universidades particulares, podemos lembrar que muitos jovens de famílias abastadas não conseguiam passar em vestibulares concorridos de universidades públicas e terminavam sem fazer curso superior e sem se formar.
Podemos reclamar da qualidade dos cursos superiores, mas é melhor deixar expandir para depois melhorar. O déficit continua grande.
PS: o que essa figura tem a ver com o texto hein Beto?
kkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Adorei a Torre Eiffel no meio do mar (se é que é isso mesmo)! :P
hehehe,
trata-se de um desenho de uma criança,gordin.Uma conexão direta com o ensino básico,capicce?
p.s-Acredito que seja no meio do mar mesmo!
A educação está relacionada com a melhora de qualquer índice econômico, ambiental e de saúde. Exemplificando: uma nação que investe bem em educação reduzirá substâncialmente os níveis de doenças como a dengue, as crianças e adolescentes pobres que tiverem um bom ensino poderão um dia se tornarem independentes financeiramente e não apenas se tornando pagodeiro ou jogador de futebol, além do mais teremos uma sociedad que se preocupará mais com os destinos políticos do Brasil e não apenas se Flora irá apodrecer na cadeia ou não...
É isso ai.
P.S. A Torre Eiffel representa o Estado no qual mais se lê segundo pesquisas e o oceano representa o quanto temos a aprender pois é aquela estória só temos uma gota de conhecimento em relação a todo conhecimento que se possa obter, que neste caso, seria o oceano... Fui longe nessa!
Foi, viu?! :x
Simplesmente não faz o menor sentido dar ensino de baixa qualidade no fundamental e médio e vir investir no superior, como se 12 anos de estudos fossem resolvidos em 5.
Sei que falar de cotas é polêmico mas, se o ensino básico fosse bom, essas cotas não precisariam existir. Qualquer aluno, de qualquer cor e nível financeiro, concorreria a uma vaga pelo conhecimento adquirido, que seria de boa qualidade, não se poderia reclamar de concorrência desleal.
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