Já pensei várias vezes comigo mesmo e observei que outras pessoas já observaram o mesmo: o ser humano prefere não encarar a realidade para evitar decepções e evitar ter que encarar as dificuldades surgidas com o fim da doce ilusão vivida até então.
A ilusão é muito boa. Viver um conto de fadas, em que nada está errado, é perfeito, mas só é perfeito até o momento em que alguém ou algo vem e mostra a realidade de fato. Aí, qual é a solução buscada pelo comodista? Não acreditar na verdade, independentemente de quão fidedigna seja a fonte. Alguns chamam de "tapar o sol com a peneira". Outros já disseram que "o pior cego é aquele que não quer ver". Se você observar bem ao seu redor (ou até com você mesmo) vai encontrar vários casos em que as pessoas preferem continuar se enganando a admitir que tudo ia errado, sofrer e buscar dar a volta por cima. Mas NENHUM caso é melhor exemplo dessa cegueira do que a do homem corneado!
Digo do homem mesmo, o macho, porque esse se acha acima do bem e do mal quando o assunto é romance. As mulheres têm o dom de perdoar (ou então se vingam e fingem que perdoaram), mas, o homem? O homem não. Esse, por saber que não aguentaria a humilhação de ser enganado pela mulher e perdoá-la, simplesmente faz de conta que tudo foi um mal entendido (ou vários mal-entendidos que aconteceram numa sequência de coincidências raríssimas, mas que "obviamente", foram apenas coincidências).
Se um amigo vem contar é porque ele é apaixonado por sua namorada. Se uma menina vem contar é porque ela é apaixonada por você. Se a mãe vê e conta é porque as mães são antiquadas e, certamente, se equivocou na interpretação do que viu, e assim por diante... sempre dá pra arrumar uma desculpinha.
Existem algumas explicações que podem ser consideradas para isso tudo. Uma das explicações é que: o homem encontra a mulher "ideal", passa 5 anos feliz (por exemplo), faz planos, já vislumbra os molequinhos brincando no quintal e um futuro feliz e aposentado ao lado da prenda que o acompanhou na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, honrando, teoricamente, o voto de fidelidade feito diante da cruz, ou apenas feito entre o casal.
Então vem alguém, ou "alguéns", e faz com que todos esses planos vão por água abaixo, com que o conto de fadas vire história de terror. Aí o comodismo fala mais alto. O cara simplesmente põe como absoluta a integridade da sua mulher, e 'ai' de quem disser do contrário. Afinal, entorpecido pelo amor, ele acha que não precisa de amigos nem de família. Aquele casal conseguirá atravessar qualquer barreira, apenas pela força que emana do coração. Pffff... Claramente patético pra quem vê de fora. Obviamente perfeito pra quem o vive.
Bem... essa explicação pode ser um dia provada por estudos científicos da ordem sócio-antopológica, ou até mesmo biológica, que detalharão as mutações que ocorrem no homem no período em que está sob efeito do amor. Mas, outra explicação que eu acredito é que, quando estão crescendo, os chifres rompem ligamentos nervosos entre os olhos e a parte do cérebro responsável pela razão. Esse rompimento é compensado naturalmente pelo organismo através do fortalecimento dos ligamentos entre os olhos e a parte responsável pela paixão.
P.S.: Claro que não são todos os homens que encaram a traição dessa maneira, alguns abençoados têm amor próprio maior do que a cegueira.
P.S. 2: Peço licença ao gênio Saramago para utilizar seu título em algo de tão pequena grandeza. :)
A ilusão é muito boa. Viver um conto de fadas, em que nada está errado, é perfeito, mas só é perfeito até o momento em que alguém ou algo vem e mostra a realidade de fato. Aí, qual é a solução buscada pelo comodista? Não acreditar na verdade, independentemente de quão fidedigna seja a fonte. Alguns chamam de "tapar o sol com a peneira". Outros já disseram que "o pior cego é aquele que não quer ver". Se você observar bem ao seu redor (ou até com você mesmo) vai encontrar vários casos em que as pessoas preferem continuar se enganando a admitir que tudo ia errado, sofrer e buscar dar a volta por cima. Mas NENHUM caso é melhor exemplo dessa cegueira do que a do homem corneado!
Digo do homem mesmo, o macho, porque esse se acha acima do bem e do mal quando o assunto é romance. As mulheres têm o dom de perdoar (ou então se vingam e fingem que perdoaram), mas, o homem? O homem não. Esse, por saber que não aguentaria a humilhação de ser enganado pela mulher e perdoá-la, simplesmente faz de conta que tudo foi um mal entendido (ou vários mal-entendidos que aconteceram numa sequência de coincidências raríssimas, mas que "obviamente", foram apenas coincidências).
Se um amigo vem contar é porque ele é apaixonado por sua namorada. Se uma menina vem contar é porque ela é apaixonada por você. Se a mãe vê e conta é porque as mães são antiquadas e, certamente, se equivocou na interpretação do que viu, e assim por diante... sempre dá pra arrumar uma desculpinha.
Existem algumas explicações que podem ser consideradas para isso tudo. Uma das explicações é que: o homem encontra a mulher "ideal", passa 5 anos feliz (por exemplo), faz planos, já vislumbra os molequinhos brincando no quintal e um futuro feliz e aposentado ao lado da prenda que o acompanhou na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, honrando, teoricamente, o voto de fidelidade feito diante da cruz, ou apenas feito entre o casal.
Então vem alguém, ou "alguéns", e faz com que todos esses planos vão por água abaixo, com que o conto de fadas vire história de terror. Aí o comodismo fala mais alto. O cara simplesmente põe como absoluta a integridade da sua mulher, e 'ai' de quem disser do contrário. Afinal, entorpecido pelo amor, ele acha que não precisa de amigos nem de família. Aquele casal conseguirá atravessar qualquer barreira, apenas pela força que emana do coração. Pffff... Claramente patético pra quem vê de fora. Obviamente perfeito pra quem o vive.
Bem... essa explicação pode ser um dia provada por estudos científicos da ordem sócio-antopológica, ou até mesmo biológica, que detalharão as mutações que ocorrem no homem no período em que está sob efeito do amor. Mas, outra explicação que eu acredito é que, quando estão crescendo, os chifres rompem ligamentos nervosos entre os olhos e a parte do cérebro responsável pela razão. Esse rompimento é compensado naturalmente pelo organismo através do fortalecimento dos ligamentos entre os olhos e a parte responsável pela paixão.
P.S.: Claro que não são todos os homens que encaram a traição dessa maneira, alguns abençoados têm amor próprio maior do que a cegueira.
P.S. 2: Peço licença ao gênio Saramago para utilizar seu título em algo de tão pequena grandeza. :)